“O pique - esconde acabou”
Cansada do turbulento dia de trabalho, pessoas egoístas de um lado para o outro querendo te apunhalar pelas costas, resolvi fazer o trabalho da faculdade fora de casa e aproveitar para respirar um pouco e então saí.
Em meus devaneios de reflexões, fui até uma pracinha perto de casa, a praçinha estava vazia havia apenas uma menina bastante sonhadora, estava descalço no balanço de olhos fechados sorrindo. Achei muito parecida aquela cena com alguma época da minha vida, mas então dei um sorriso e resolvi fazer o trabalho logo.
Havia levado minha mochila e por coincidência acabei levando o meu diário, um caderno e um lápis. Acabei jogando o trabalho para o ar, pois achei que não era uma coincidência e isso era sim uma sincronicidade do destino, aquela cena havia uma mensagem. Como já estava cansada do trabalho, problemas, casa,, etc. Aquele estresse estava até me fazendo mal , estava tratando mal que realmente queria me entender , amigos e outros, então resolvi escrever e voltar aos velhos tempos.
Então comecei...
As coisas passam, você passa pela vida e a vida rapidamente passa por você, como num balanço na pracinha... Quando eu era pequena corria descalço pela areia daquela praça... Sentava-me e fechava bem os olhinhos e dava gargalhadas de alegria. Naquele tempo eu podia voar, eu podia brincar, eu podia sonhar mais, até poderia ser uma linda princesa porque a minha alma estava tranquila e sem nenhum se quer problema, pois eu nem sabia o que era essa monstruosa palavra, na verdade nem sabia o que era palavra. Então eu ia passando pelos pequenos estágios da vida. Brincava de casinha com meus pequenos brinquedos, não tinha amiguinhos, adorava brincar somente eu e os anjinhos, pois já começava a perceber que a linda mamãe ia aos poucos me deixando comer sozinha, caminhar sozinha e dormir sozinha. O que será que houve com a “linda mamãe”, porque meus irmãos a chamava de “mãe“? Pois então agora ela era “Mãe”. Começo então a falar mais e mais e aquela coisa chamada “chupeta”, “mamadeira”, acabou sendo das minhas “filhinhas”, e eu era a “mamãe”, por enquanto. Brincava e brincava e derepente passaram-se alguns outros estágios e eu continuava a brincar e a pensar porque eu estava maior, porque eu ainda continuava á brincar, por quê? Mais sorria e continuava a brincar mais agora brincava com muita vontade para esquecer algumas coisas da escola, como probleminhas de matemática. É, escola, agora eu estudava, á um bom tempo havia aprendido á ler e a escrever corretamente. Muito entusiasmada com os estudos, fiquei com o hábito de quando tivesse algum problema ou algum acontecimento colocaria em meu diário. Colocava tudo nele e eu adorava escrever histórias, amava.
Agora eu estudava, escrevia em meu diário, ajudava minha mãe a arrumar a casa e ainda brincava. Certo dia resolvi conversar com uma coleguinha da escola e então fui até a casa dela brincar. A partir daquele dia ela passou a ir todos dias lá em casa, almoçava, jantava e até dormia lá. Foram uns três ou quatro anos mais ou menos, Anos novos, Natais, ela sempre estava lá andávamos de um lado para o outro na rua, olhávamos o ceu, comiamos muito escondido, corríamos rindo dos fogos e na meia-noite atacamos a geladeira de novo, e ela dormia lá em casa. Conversávamos, mas eu era um pouco fria com ela ás vezes. Não sem porque, mais eu era assim, foram poucas as vezes que nos abraçamos e eu nunca havia a chamado de “Amiga”. Eu era muito estranha, pensava em tudo, aos detalhes, e achava essa palavra muito forte e ao mesmo tempo não sabia o verdadeiro significado. O tempo foi passando ela estava sempre ao meu lado, mesmo com as briguinhas. Com um dos estágios da vida, nós paramos de brincar de casinha e tal, fiquei um pouco triste mais aos poucos eu entendi.
Na nova escola começou a onda de “ficar”, “namorar” e ela começou a ver que ela esta virando adolescente e então foi nessa onda e eu... Nunca quis participar dessa nova onda. Podiam me chamar do que quiser mais eu nunca quis mudar minha opinião.
Comecei a perceber que ela estava mudando se distanciado aos poucos e que eu estava começando a perceber que ela era minha “Amiga”, mas não tomei a iniciativa de falar algo. Problemas aconteceram ao longo do tempo e sem se quer brigarmos os problemas ocorridos tomaram conta do nosso tempo e a nossa amizade foi indo embora, como uma folha seca em ventania. A última coisa que falei para ela foi: “Calma, vai ficar tudo bem”. Ela mudou. Ela não era mais a minha amiguinha para brincar de casinha, só eu que pensava que ela ainda era uma criança. Ela dizia que eu era muito certinha e eu, era. Mas tinha medo, estava tendo medo da mudança dos estágios da vida. Eu era durona por fora, mas por dentro gostava muito dela. Eu nunca pensei que ela iria se afastar. Eu demonstrava que eu não gostava da amizade dela. Ela era muito legal, a amizade dela me fazia bem, ela era a verdadeira amizade e eu não havia percebido claramente. Fui continuando a viver, passei por um grande problema e como já estava desestabilizada lembrava-me de tudo que passamos juntas e chorava, ela estava fazendo falta. A amizade dela era importante, ela era a minha AMIGA. Como isso doeu.
Hoje percebo que demorei muito pra entender uma pequena palavra e hoje eu a entendo perfeitamente. Conheci várias pessoas outras grandes amigas e amigos e eu sei que essas amizades foram e são importantes e que quando são verdadeiras não têm definição nem explicação sobre o que sentimos.
A vida é algo inexplicável. “Eu pensava assim: “Ontem eu tinha medo de não ser mais criança, hoje eu tenho medo de ser adulto e amanhã vou querer reescrever toda essa frase e dizer:” Não, eu não vou dizer nada, sou vou esperar”.
Certo dia estava em uma festinha de criança e então me sentei perto do pula-pula e todas as crianças pulavam com muita alegria e a pureza dos olhinhos me contagiava. Mas uma coisa me chamou mais atenção, foi um garoto devia ter uns 13 anos ele não estava dançando nem de olho nas “gatinhas” como fazem os garotos hoje em dia, ele ficava ali vidrado naquela rede do pula-pula, olhando fixamente. Todas as crianças entravam e ele ficava na fila inutilmente, pois o senhor do pula-pula, o excluía friamente sem se quer olhar para a cara dele. O menino ficou mais de meia hora e nada. Eu apenas observava de longe aquela cena. Então a mãe dele chegou rindo e puxou o braço do menino e falou: - Você não é mais criança, ouviu? Saia daí agora!-
Senti que aquela frase havia o machucado muito. Parei de observar e fui até lá. Pedi licença a sua mãe e pedi para o senhor do pula-pula que abrisse para a gente. Pois então, ele enxugou suas lágrimas e nós entramos alegremente e pulamos, pulamos rindo e eu fechei meus olhos e minha alma havia estado como nas vezes que ia no balanço da velha pracinha e nas vezes que brincava com a minha “AMIGA”. Naquele momento me senti leve, sem nenhum problema. Problema? É dessa vez já sabia o que significava e então foi mais emocionante ainda.
Depois de um bom tempo saímos e ele disse: - Obrigado, Tia-
È agora eu era “tia”, mas havia me sentido como uma criança.
Na hora que estava saindo da festa começou a chover e então eu rodopiei na poça d’água, abri os braços olhei para o ceu, sorri e chorei, eu desabei. Estava no mundo real e aquilo ainda me dava aquele “medo” então eu senti que eu ainda podia sonhar, não só eu, mas todo mundo pode sonhar, não importa nada é só se entregar para o seu sonho.
Toda molhada peguei um ônibus e quando cheguei a minha casa vi umas crianças brincando de pique - esconde e então eu disse para a minha sobrinha: - Vamos entrar está chovendo- Ela respondeu: - Tá bom, Tia- Então eu falei: - Vamos pessoal o pique - esconde acabou. Amanhã vocês brincam mais -
Eles entraram e quando eu ia fechar o portão, falei baixinho sorrindo:
“O pique – esconde acabou”.
Acabando a história, fique muito feliz, pois eu realmente percebi que “o pique – esconde acabou“ e os velhos e bons tempos vão ficar guardados em um lugar muito especial o meu coração.
Voltei para casa dei um forte abraço na pessoa que sempre estava ali me esperando e esperando que eu me encontra-se, decidida e lúcida disse e comecei a fazer o que eu pensava que fazia, ma não sabia o que significava. Então disse: – Vamos Viver!-
Ele deu um sorriso olhou para o meu diário, e ele ainda estava na página da história, então ele falou: - Vamos sim. O pique - esconde acabou! E não devemos fugir do nosso destino- Nós sorrimos e então, meses depois fizemos uma coisa que muitos pensam e poucos fazem. Adotamos uma criança, uma menina, e curtimos a vendo brincar de pique – esconde, e sorrimos lembrando a velha história.
A vida realmente passa e passou. Sempre estava cercada por dois maçantes casos e nunca parei pra perceber que esses dois casos eram enigmáticos e um deles podia se lembrado, mas com cautela para não lancear-me e sofrer. Estava integramente focada em duas dádivas da vida e estava cega e esquecendo-se de uma coisa que estava na minha frente de baixo dos meus pés e era o alicerce de lembranças e possíveis acontecimentos.
Acabei descobrindo que o passado, bom... Esquece, é assim que têm que ser. Fiz uma verdadeira reciclagem peguei a boas lembranças e guardei no verdadeiro baú da felicidade, o coração.
Acabei aprendendo depois te muitas idas e vindas que eu não sei sobre o futuro e apenas tento adivinhar e adivinhar é o que me fortalece e por isso faz com que eu crie planos e planos para o almejado futuro. O futuro pertence ao Criador, e ele só revela em ocasiões extraordinárias. Não sei como adivinhar o futuro, só fico na expectativa de ser como espero.
O terceiro caso que nunca soube e que agora tento compreender aos poucos é que a resposta do futuro e compreensão do passado se resumi em uma palavra “sinal”.
Pelos sinais do presente é que estão as respostas. Os três casos são especiais mais e dádiva que os concretiza é o presente. No presente é que está o segredo; se você prestar atenção no presente, poderá melhorá-lo, para que o passado seja lembrado com muito orgulho. E se você melhorar o presente, o que acontecerá depois também será melhor. Esquecer o futuro é viver cada dia de sua vida nos ensinamentos da Lei, e na confiança de que Deus cuida de todos. “Cada dia traz em si a Eternidade.”
E é assim que vou terminando a minha história, vivendo cada dia e trazendo a eternidade em todos os momentos Futuro, Presente e ah... Esquece o Passado. Cada momento de busca é um momento de encontro e eu... Encontrei-me.